Motoristas são peças fundamentais para a logística como um todo.
A presença desse profissional é o que faz uma boa parte do fluxo logístico rodar e nada mais justo do que mostrarmos, neste artigo, a importância do local de espera para motoristas no pátio, além de como isso influencia no ESG das empresas.
Ter um local de espera e descanso adequados para motoristas em um pátio logístico é de extrema importância para a segurança e bem-estar dos profissionais e das operações em que estão envolvidos.
Esses locais são projetados para permitir que os motoristas descansem adequadamente antes de iniciar sua jornada, ou durante uma parada, seja ela programada ou não.
A falta de um local adequado para descanso pode levar a fadiga, estresse e até mesmo acidentes graves.
Inclusive, a fadiga é um dos principais fatores de risco para acidentes de trânsito, como apontou uma pesquisa realizada em 2019 pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), constatando que 42% dos acidentes no Brasil são provocados por motoristas com sono.
Esse cenário preocupante se refere especialmente aos motoristas de longa distância, que muitas vezes passam várias horas ou dias na estrada.
Descansar adequadamente em um local projetado para isso pode ajudar a minimizar o risco de fadiga e, portanto, de acidentes.
1 → Condições garantidas por lei
Publicada em 2019, A Portaria 1.343/2019 estabelece condições mínimas de segurança, sanitárias e de conforto nos locais de espera, de repouso e de descanso dos motoristas profissionais de transporte rodoviário de passageiros e de cargas.
Entre as condições estabelecidas, são obrigatórios:
- Instalações sanitárias separadas por sexo;
- Gabinetes sanitários privativos;
- Materiais de higienização nos lavatórios;
- Chuveiros com água fria e quente;
- Os ambientes para refeições devem possuir mesas e assentos;
- Água potável disponibilizada gratuitamente;
- Monitoramento eletrônico em todo local de descanso, espera e repouso;
- Entre outras regras impostas pela lei.
A Portaria 1.343 surgiu para garantir condições mais seguras e dignas para os profissionais que encaram trajetos longos e muitas vezes sob condições bem abaixo das necessárias para se ter uma rotina de trabalho tranquila.
2 → Impacto na imagem e credibilidade da empresa
Mesmo com a portaria 1.343, ainda hoje algumas empresas não atendem a esse requisito básico que é ter um local adequado para os motoristas.
Isso gera uma insatisfação por parte de clientes e funcionários, principalmente aqueles terceirizados a serviço de transportadoras.
Estamos em uma época em que todos têm acesso a celular, internet e disponibilidade para expressar sua indignação com a forma como é tratado.
Da mesma forma que isso pode gerar um engajamento positivo para a imagem da sua empresa, também pode virar uma mancha, como resultado do descaso com as questões sociais.
A partir disso, selecionamos alguns feedbacks encontrados no Google sobre algumas empresas do setor, pelas quais diversos motoristas passam todos os dias.
Protegemos a identidade dos autores de cada comentário, assim como os nomes das empresas.
“Minha experiência toda vez que venho é péssima. Uma empresa com esse porte com um pátio onde esperamos o descarregamento com tanta poeira que chega a fazer mal. Um mal atendimento aos motoristas. Muito triste isso.”
“Péssimo lugar. Trata o motorista como lixo, sem respeito, sem preocupação com as necessidades vitais enquanto estamos carregando, nem perguntam se o trabalhador está com fome. 7 horas para carregar uma carreta com 30 mil litros, 2 dias de espera e nenhuma satisfação ou informação. As pessoas são educadas no trato, mas educação não mata a fome. Se fosse por minha vontade nunca mais pisava nessa joça. Ser bloqueado para não entrar numa empresa dessas é um verdadeiro presente. Pode fazer o melhor produto do mundo, mas o faz à custa de maus tratos com os terceirizados.”
“Aqui é um lixo pra carregar e descarregar, sem respeito com os motoristas. Cheguei na empresa às 6:30, tô saindo às 17:30 e nem um almoço eles dão. Acham que tá tudo normal, fiquei quase 13 horas nesse lixo.”
“Lugar sem condições do motorista fazer entrega. Sem estrutura para o caminhoneiro. Péssimo atendimento.”
“Para o motorista que vem descarregar aqui, fácil acesso ao cliente, porém, só venha na sua hora do agendamento, caso contrário, ficará na rua sem qualquer tipo de assistência. Não há banheiros pra nada. Nem pense em dormir na rua, pois as chances de você ser roubado é muito grande. Roubam a carga, baterias, faróis e todos os seus pertences. Vá para o estacionamento que custa R$ 35,00 por 12h que fica do outro lado da BR. A descarga além de burocrática é muito, muito demorada. Docas apertadas. Alguns supervisores muito mal educados.”
“Carga e descarga horrível. Deixa o dia todo na rua aguardando sem banheiro e sem água.”
3 → O “Social” do ESG
Aqui no Blog já falamos mais detalhadamente sobre o ESG e as características que compõem essa tendência.
Resumidamente, o ESG é uma sigla que representa as três principais áreas que as empresas precisam considerar ao avaliar o impacto que seu trabalho tem na sociedade: o ambiental, o social e o de governança de suas atividades.
Em inglês, Environmental, Social and Governance.
O fator Social do ESG é o foco quando o assunto é uma condição digna para os profissionais do transporte.
Isso influencia nas condições de trabalho dos motoristas, pois se concentra nas práticas trabalhistas das empresas, incluindo questões relacionadas à saúde, segurança e bem-estar dos funcionários.
No setor de transporte, muitas vezes os motoristas são contratados como trabalhadores independentes ou autônomos, o que pode colocá-los em uma posição vulnerável em relação aos direitos trabalhistas e à proteção social.
Além disso, eles podem enfrentar condições de trabalho desafiadoras, incluindo longas horas de trabalho, pressão por prazos e metas, e isolamento.
As empresas que se preocupam com o fator social do ESG podem adotar medidas para garantir que os motoristas sejam tratados de forma justa e tenham condições de trabalho seguras e saudáveis.
Isso pode incluir fornecer treinamentos em saúde e segurança, estabelecer limites razoáveis de trabalho, oferecer benefícios como seguro de saúde e licença médica, e promover a igualdade de oportunidades e a diversidade.
Ao considerar o fator social do ESG, as empresas podem melhorar a satisfação e o bem-estar dos motoristas, o que pode levar a um aumento da produtividade e da qualidade do serviço prestado.
Além disso, as empresas que se preocupam com o bem-estar dos motoristas podem melhorar sua imagem e reputação, atraindo clientes e investidores que valorizam a responsabilidade social corporativa e evitando uma imagem manchada por feedbacks como os que vimos no tópico anterior.
4 → Comunicação e localização durante a jornada no pátio
A permanência do motorista dentro dos centros de distribuição é algo ligado diretamente à Gestão de Pátio e se ela é feita com o auxílio de um YMS como o Trackage Maestro, as chances do motorista sofrer com problemas de atraso são fortemente reduzidas.
No YMS Trackage Maestro, por exemplo, o agendamento de carga e descarga elimina por completo as filas de caminhões do lado de fora na portaria, acabando com a espera que muitos motoristas sofrem na portaria, evitando além do desconforto e condições precárias, as diversas multas geradas por essa espera.
O monitoramento de ativos que a ferramenta fornece dentro do pátio logístico também permite monitorar a localização dos motoristas enquanto estiverem ali, agilizando a busca pelo profissional no aplicativo.
Estamos em uma época em que o bem-estar dos profissionais da logística é tão importante quanto fatores práticos como a eficiência operacional.
É importante que as empresas tenham noção de que cuidar do seu colaborador é cuidar do seu negócio, e para isso, nenhum esforço é grande demais.
