Principais desafios da Logística no Brasil e como superá-los

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No Brasil os desafios da logística tendem a crescer conforme as empresas avançam na competitiva cadeia de suprimentos.

Entender quais são os principais desafios da logística e quais as melhores formas de lidar com eles é o começo para correr mais rápido na disputa com a concorrência, além de nutrir a saúde do seu negócio.

No artigo de hoje, conheça os desafios da logística no Brasil e que saída podemos tomar para resolvê-los.


1 → Condições precárias das estradas

Começando pelo transporte, sem o qual a própria logística não seria possível, podemos mencionar a problemática infraestrutura das estradas brasileiras.

É de conhecimento comum, mesmo para quem não trabalha no ramo, que as estradas brasileiras em sua grande maioria, sofrem com problemas de estrutura que muitas vezes duram anos.

Buracos nas estradas, infiltrações pelas chuvas, riscos de desmoronamento de pontes, isso falando apenas do perímetro urbano.

Se formos contar os problemas enfrentados pelos motoristas que diariamente precisam passar por áreas mais afastadas próximas ao perímetro rural, a lista se estende.

Para se ter uma ideia, segundo dados coletados em 2018 pelo anuário CNT do transporte e divulgados pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), estimava-se que entre 2009 e 2017 houve um aumento de 63% das frotas de transporte nas estradas.

Isso dá cerca de 100 milhões de veículos nas estradas.

Na mesma pesquisa, constataram que dos 1,7 milhões de km que compõem as estradas brasileiras disponíveis para o tráfego de automóveis, apenas 220 mil, ou seja, cerca de 12,4% estão pavimentadas.

As consequências disso aparecem na forma de acidentes, perda de mercadorias e em casos mais graves, a saúde e a vida do profissional responsável pelo transporte sofrendo danos.

Como superar este desafio

Planejamento de rotas pode ajudar

Ter uma maneira de roteirizar melhor o plano de transporte pode ser útil para minimizar os impactos da baixa infraestrutura das estradas brasileiras na logística da sua empresa.

Veja bem, estamos falando de rotas cujo modal rodoviário – o mais utilizado no transporte de cargas – utiliza diariamente e depende para que a cadeia de suprimentos seja realizada por completo.

Para isso, há sistemas especializados exclusivamente na roteirização do transporte, chamados de roteirizadores ou sistemas de roteirização.

O roteirizador tem como principal objetivo dar ao gestor alternativas melhores de como utilizar as rotas disponíveis.

Isso evita problemas de atraso, melhora a segurança da carga transportada (uma vez que existem áreas de difícil acesso e outras onde o roubo de cargas é comum).

Além disso, também é possível obter uma precisão maior quanto aos gastos, pois ele cruza dados coletados sobre a frota e sobre a rotina de entregas, mostrando gargalos na operação e se é viável ou não, adquirir ou abrir mão de determinados veículos.

Alguns benefícios da ferramenta:

  • atende aos horários de entregas;
  • gera satisfação ao cliente;
  • aumenta a segurança da carga;
  • aumenta a produtividade;
  • economia de tempo e dinheiro;
  • documentação digital.

2 → Segurança das cargas

Ainda dentro do transporte, um outro grande desafio da logística brasileira é a segurança das cargas. Em outras palavras, o roubo de mercadorias.

É claro que o impacto na segurança das mercadorias não é uma exclusividade dos furtos, já que acidentes provocados por fatores externos ou por falha humana, podem interferir nisso, mas o prejuízo provocado pelo roubo em certas áreas é enorme.

Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, em um levantamento feito em abril deste ano, foi registrado um prejuízo de 1,27 bilhões de reais para as empresas de transporte.

Em 2020 foram registradas 14.150 ocorrências, enquanto em 2021 foram 14.400.

Um aumento de 200 milhões de reais em prejuízos, de 2020 para 2021.

Como superar este desafio

Roteirização e garantias

Uma maneira já citada no tópico acima, mas que também se encaixa muito bem na tentativa de minimizar os riscos com a segurança do transporte de cargas, é o uso do roteirizador.

O sistema além de auxiliar no planejamento de rotas mais seguras no quesito estrutura, também ajuda a traçar rotas sem riscos de roubos.

Além disso, assegurar a mercadoria também é uma boa opção para se resguardar em casos extremos em que se perde a carga em furtos. 

Embora seja algo que os gestores optem em último caso, adquirir apólices de seguro tanto para as mercadorias, quanto para os veículos, nas condições das estradas e nos riscos que elas oferecem em determinadas regiões, acaba sendo um investimento que vale o gasto.

O uso de um sistema de rastreio preciso como o TMS, também é de grande ajuda para ter um monitoramento em tempo real da sua carga e do seu motorista, ajudando até mesmo em situações de perigo onde uma comunicação rápida com as autoridades se faz necessária.

3 → Altos custos com operações e defasagem na tecnologia

Colocamos essas duas coisas juntas, pois como explicaremos adiante, é um daqueles casos em que um problema pode chamar o outro.

Aqui no Blog nós sempre falamos sobre a importância em abraçar o uso da tecnologia de forma consciente, para a gestão logística.

No entanto, algumas empresas ainda insistem em ter boa parte da sua gestão logística quase toda (ou às vezes inteira) realizada de forma manual.

Isso além de passá-las para trás na corrida competitiva do mercado, com o passar do tempo gera gastos cada vez maiores, gastos que poderiam ser evitados com um investimento inicial que se pagaria em pouco tempo.

Como superar este desafio

Seja no armazenamento, no transporte ou na movimentação das cargas em um pátio logístico, utilizar a tecnologia e os benefícios que a logística 4.0 trouxe para nós, é também entender que a adaptação pode render bons resultados sem precisar esperar muito tempo para isso.

Estamos falando de investimentos cujo retorno vem à médio e curto prazo.

No Armazém

Para auxiliar em todo o processo de armazenagem e economizar, evitando erros comuns no estoque, o WMS é a principal ferramenta usada para auxiliar o gestor nessa etapa da Supply Chain.

O tanto de tempo e consequentemente, de dinheiro que você perde a longo prazo por não integrar seus processos e automatizar as tarefas, impacta diretamente na qualidade do serviço aos olhos do cliente final.

O WMS acelera a produtividade quando reaproveita o espaço físico mal utilizado através de estatísticas geradas, pelo processo de picking automatizado, pelo rastreio de encomendas em tempo real, entre outros.

Segundo uma pesquisa feita em 2018 pela Logistics Management, sistemas WMS já eram a realidade de 90% das empresas. Imagine o quanto isso já pode ter crescido de lá para cá.

Na gestão de pátio

Assim como o armazém, o pátio logístico também carece de uma integração entre as áreas e automação dos processos, para um aumento de produtividade, economia de tempo e de dinheiro.

O Sistema de Gestão de Pátio, conhecido como YMS (em inglês, Yard Management System) é a ferramenta certa para cuidar desse desafio que em muitas empresas ainda é uma pedra no sapato do gestor.

De forma resumida, podemos dizer que o YMS é uma ferramenta que tem como objetivo auxiliar a sua gestão de pátio e todos os processos ligados a ela, como:

  • agendamento de docas;
  • movimentação e direcionamento de veículos para as docas;
  • portaria do pátio;
  • despacho das mercadorias;
  • a conferência de documentos;
  • localizar ativos dentro do pátio (qualquer bem físico como máquinas e equipamentos);
  • gerar relatórios;
  • apontar métricas e médias de tempo de permanência dos veículos e motoristas no pátio.

Com a automatização dos processos, como por exemplo o calendário de agendamento, a economia de tempo gerada por isso evita as temidas filas de caminhões do lado de fora do pátio, onde geralmente ocorrem grandes prejuízos como multas por permanência excessiva dos motoristas, atrasos de entrega, entre outros.

Além disso, também temos os gargalos internos, aqueles ali do pátio mesmo. 

Com a visibilidade que o YMS dá para você em tempo real, você identifica que docas estão disponíveis para realocar um veículo por conta de algum problema repentino, sem perder um tempo que certamente seria desperdiçado em uma resolução manual.

Caso queira saber mais sobre como funciona um YMS, na prática, o YMS Trackage Maestro oferece todos os benefícios citados acima para auxiliar sua gestão de pátio. Leia mais sobre ele neste artigo.

No transporte

Fechando as três principais categorias que compõem a cadeia de suprimentos, outro desafio logístico está no transporte e nos custos que a falta de uma ferramenta que auxilie nessa parte, acarretam para a empresa.

Nesse caso, nós temos o roteirizador como mencionamos antes, uma ferramenta eficiente para o planejamento de rotas.

Também temos uma outra ferramenta cujo valor do investimento tende a ser menor que o roteirizador, e que embora o foco não sejam as rotas, abrange de forma geral, todo o processo de transporte, cuidando desde a administração das frotas até o rastreio de veículos e mercadorias.

Estamos falando do TMS, o Sistema de Gestão de Transportes.

Lembra quando falamos ali em cima sobre os custos que a insistência em manter os processo manuais, tanto no armazém, quanto no pátio logístico, podem trazer para a empresa?

No transporte isso fica ainda mais evidente, pois é a etapa cuja Last Mile, isto é, a chamada última milha (a entrega final nas mãos do cliente), ocorre. 

Se ela não for bem feita, a confiança do cliente nos seus serviços corre um sério risco de se desfazer.

O transporte é a parte que mais cobra o preço na hora de colocarmos tudo na ponta do lápis.

Cerca de 2/3 do custo logístico das empresas está estritamente relacionado ao transporte.

Para as transportadoras que utilizam esse sistema de gestão, o TMS ajuda também na otimização das suas vendas.

Entre os vários módulos que o TMS possui, a gestão de vendas também costuma vir incluída. 

Nela, é possível acompanhar que clientes estão sendo atendidos e calcular com facilidade a comissão dos vendedores, evitando erros que possam impactar no financeiro.

4 → Terceirização dos serviços de logística

Um dos principais desafios da logística está nos conhecidos operadores logísticos.

Operadores logísticos são basicamente empresas que se encarregam de gerir a logística da sua empresa, quando a empresa contratante não tem condições de manter os custos logísticos por conta própria.

É uma opção mais barata e que ajuda a desafogar as finanças da empresa em momentos cujo foco não pode ser um investimento pesado.

Se é disso que se trata, por que é um desafio?

Teoricamente não deveria ser uma grande vantagem economizar contratando alguém para fazer o trabalho?

Bom, teoricamente sim. Porém, sabemos que há diferenças entre teoria e prática, e na prática, há certas precauções a serem tomadas para que sua empresa não saia perdendo.

É muito comum contratar terceirizados para manter um serviço com o objetivo de economizar com o gasto de equipamento e mão de obra, e isso não só no setor logístico, mas em muitas áreas.

O problema ocorre, em alguns casos, na falta de entendimento de ambas as partes – o contratante e o contratado – sobre o próprio negócio em questão. 

É preciso ter uma comunicação clara e um repasse de informações constante.

É necessário ter em mente que a imagem da sua empresa estará ligada por muito tempo ao nome da empresa fornecedora desse tipo de serviço.

Uma pesquisa de mercado, uma análise de riscos e também da concorrência (existem operadores logísticos que prestam serviços para empresas de um mesmo setor) é fundamental para escolher o melhor para sua empresa, visando sempre o equilíbrio entre economia, eficiência e vantagem competitiva.

Como superar este desafio

Além da boa comunicação e o alinhamento preciso entre as duas partes, uma outra saída que pode ajudar a economizar nos gastos com espaço físico, são os condomínios logísticos.

Os condomínios logísticos abrigam dentro deles várias empresas que fazem uso do seu espaço e dividem suas despesas.

Dentro de um condomínio logístico, tanto estocagem, quanto distribuição podem ser feitos por diferentes empresas, dependendo do modelo do condomínio.

Gastos como segurança, reformas do espaço físico, compra de terreno, colaboradores externos (como equipe de limpeza e refeitório), e muitos outros ficam por conta da construtora, dona do local.

Isso livra a empresa de um gasto muito maior, caso optasse por investir em um local próprio, além do tempo que seria empregado nisso, podendo levar meses.


A logística é uma área em constante evolução e expansão, e como toda área que não para de crescer e evoluir, novos desafios tendem a surgir de tempos em tempos.

Se sua empresa já deu o primeiro passo para se adaptar a essa evolução, investindo em novas tecnologias e renovando suas práticas, já é um grande começo e isso tornará as tomadas de decisões no meio de todos esses desafios da logística, muito mais fáceis.

Também é necessário entender sobre o mercado, estudar sobre seu próprio negócio para que nenhum investimento seja em vão, afinal, por melhor que uma ferramenta seja, é necessário saber usá-la para que ela tenha real utilidade.